Em 1918 o Anuário de
Minas Gerais, dirigido pelo Dr. Nelson de Senna, reproduziu um estudo
publicado no periódico “O Quiterense”, do Dr. Nelson Orsini de Castro, no qual
o autor atribui a fundação de Esmeraldas à bandeira de Fernão Dias, que
penetrou, em junho de 1674, no Vale do Paraopeba. Faziam parte desta expedição
com sobrenome Coelho, naturais de São Paulo. Estes, em vez de sonhar com
fantásticas pedrarias, procuravam um lugar ameno e fértil onde pudesse praticar
a agricultura.
Fazenda Dona Isabel, começo do povoado
A história do município de Esmeraldas, que na época de seu
povoamento chamava-se “Santa Quitéria”, está ligada ao sonho de Fernão Dias
Paes, que desbravou uma parte do sertão mineiro em busca das valiosas pedras
verde. Por volta de 1674, o bandeirante paulista chegou à região, ficando por
longo tempo pesquisando os ambicionados tesouros ocultos. Como todo
bandeirante, Fernão Dias possuía um roteiro, o mapa da mina, que indicava que
muito além, ao norte da capitania, estava a famosa serra Resplandecente, que
seria um reduto de pedras preciosas, talvez esmeraldas, à flor da terra. Em busca
da concretização de seus sonhos, aproximadamente um ano depois, deixou a região
do nosso Município, ainda anônima e despovoada, e partiu para o Eldorado do
Norte. Ali chegando, fundou o arraial do Itacambira, como afirma o historiador
Diogo de Vasconcelos.
Casarão Santo Antônio - Patrimônio Tombado
Após a passagem de Fernão Dias, o povoamento da região só
teve inicio trinta anos mais tarde. Muitos que acompanhavam Fernão Dias,
incluindo os irmãos Coelho, passaram por certo trecho da estrada que ligava
Pitangui a Sabará. Atraídos pela beleza panorâmica da região e pela amenidade
de seu clima, resolveram ali permanecer para se dedicarem à agricultura.
Depois deles, outros vieram, destacando-se a figura do
Alferes Miguel da Silva Fernandes, a quem se atribui os mais relevantes
serviços prestados ao povoado que surgia. As primeiras construções apareceram
na fazenda da Dona Izabel, entre elas a Capela sob a invocação de Santa
Quitéria, cuja imagem e altar foram trazidos de Portugal pelos irmãos Coelho.
Até hoje permanecem como relíquias históricas na Igreja Matriz de Santa
Quitéria. Na época, essa capela, que serviu de núcleo ao povoado, recebeu o
nome de Santa Quitéria. A Fazenda Dona Izabel, teve mudada a sua denominação
para Fazenda Santa Quitéria. Na metade do século XVIII, na década de 1750, o
Capitão Antônio Barbosa Leão proprietário da Fazenda Santa Quitéria, doou os
terrenos que passaram a constituir o patrimônio da capela.
A doação foi mais tarde confirmada pelo novo proprietário, o
Coronel Luiz José Souto, conforme escritura de 24 de março de 1773.
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