sexta-feira, 20 de julho de 2012

ESCOLA ESTADUAL VISCONDE DE CAETÉ COMPLETOU 104 ANOS


Aos 104 anos, o prédio da escola, seu inicio e a primeira turma de alunos

“Estudando conhecereis o mundo”. A frase na entrada do pátio e abaixo do nome da Escola Estadual Visconde de Caeté, demonstra aos alunos e comunidade o porquê da instituição chegar aos 104 anos de vida colhendo glorias, num país com o ensino educacional tão desgastado. O aniversário da escola foi comemorado no último dia 21, atingindo uma marca que poucas instituições conseguem alcançar, mantendo a credibilidade e apreço da comunidade onde está inserida. Tudo pela arte de ensinar e educar novos cidadãos.

Com 481 alunos matriculados no ensino fundamental em dois turnos, além dos estudantes do programa de Educação para Jovens e Adultos – EJA, no período da noite, nas comemorações do aniversário o número foi ainda mais acrescido, com a presença de muitos ex-alunos, que participaram das atividades especialmente preparadas para a ocasião, pela direção da escola.

Participando da história

Para a supervisora escolar, Sânia Miria Diniz Ferreira, falar da escola é lidar diretamente com a emoção. “Meus avós e meus pais estudaram aqui; e fazer parte dessa página da história do Visconde é muito importante para mim. Por isso, tenho um carinho especial pela escola que brilha muito, desde sempre, graças ao empenho de todos aqueles que lutaram e lutam para que seja a referência que é um âmbito estadual, e do apoio e respeito que recebe da população”, finalizou.  

Sânia diz estar honrada ao fazer parte da história, assim como toda equipe de funcionários  

E o respeito e o carinho dos esmeraldenses para com o prédio imponente que domina a Paraça Getúlio Vargas vêm desde o dia 21 de janeiro de 1907, quando ali foi instalada a Escola do Sexo Masculino, na época dirigida pela professora Ambrosina Orsini e Castro, iniciando as atividades em 124 alunos matriculados.

Quem conhece a história da Escola Visconde de Caeté sabe muito bem o papel fundamental da instituição na história da cidade. É o caso da atual secretária municipal de Educação, Jane de Fátima, que foi aluna e trabalhou na escola por 30 anos, e considera a instituição como uma formadora de cidadãos.

De acordo com ela, desde o dia 21 de junho de 1908, quando foi publicado um decreto transformando a Escola Masculina em Grupo Escolar, tudo se tornou novo para a população da cidade. “Afinal, foi a primeira escola pública de Esmeraldas. Conhecendo sua história, você pode ter a ideia do porquê sempre foi sinônimo de educação com qualidade. É  que o corpo docente sempre competente, se reflete na formação dos cidadãos que por ali passaram e vão passar. E  fazer parte desta história é uma honra”, arremata Jane.

Primeiro mimeógrafo

Quem também se considera honrada, por exercer a paixão por lecionar no Visconde, é a professora Maria Amélia Alcântara, 73, que, por meio da literatura, sempre procurou passsar todo o conhecimento que acumulou, para os alunos, sempre dizendo a eles “estudar tira a venda dos olhos; é o momento em que se começa a desvendar o mundo. Educação não é ensinar só a ler e escrever, mas tudo aquilo que está em volta da criação, o universo de possibilidades e conhecimento”, complementou.

Foi com este conceito que Maria Amélia ministrou em sua passagem pelo Visconde de Caeté, lembrando, no entanto, que nem sempre tudo foi maravilha, nestes 104 anos de existência da instituição. “Teve um época que a escola sofreu muito com a falta de investimentos, tanto que tivemos de fazer a venda de uma rifa para comprar o primeiro mimeógrafo, que foi um evento ao chegar à escola”, disse.

Ela relembra também, que outro momento marcante foi quando passou a ter merenda na escola. “Só podiam merendar quem tinha feito um cadastro, mas sabíamos que algumas crianças que não merendavam, às vezes passavam mais necessidades do que outros e ficávamos com o coração apertado”, mas que, afora este fato, “a escola tem um papel fundamental na história material e imaterial da cultura da cidade, pois sentaram nas cadeiras da Visconde, alunos que se tornaram personagens ilustres, profissionais importantes e, o mais importante, verdadeiros cidadãos”, sentenciou a professora. 

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